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Geração Y está no poder!

20/08/2013 11:05

Geração Y está no poder!

Geração Y está no poder!  - Coluna Elis Monteiro
Não dá mais para ignorar o fato de a chamada geração Y, aquela que nasceu na era digital - segundo Don Tapscott, autor de “Geração Digital”, o mais velho representante desta geração está hoje com 33 anos - ter chegado com força total ao mercado de trabalho e estar modificando a forma como as empresas/organização são geridas e como o trabalho. Não estamos falando, aqui, de tecnologia: falamos de ferramentas de produtividade e de relacionamentos humanos. E também não estamos fazendo previsões: essa mudança já aconteceu, mas só agora o baque começa a ser percebido em sua real dimensão.

Quem não conhece empregados – até mesmo de altos cargos executivos - de pequenas, médias e grandes empresas que sequer sabem mexer em programas de e-mail ou usar editores de textos e planilhas eletrônicas, em pleno ano de 2011? Isso quando a internet já modificou a forma como as pessoas se comunicam, como as empresas criam e vendem seus produtos e até como os poderes da sociedade encaram o novo megafone virtual usado pelo indivíduo comum, de dentro de casa. A imprensa, por exemplo, está tendo de rebolar para dar conta das transformações pelas quais a sociedade passou, que radicalizaram a forma como as pessoas consomem notícias. Mais: como elas produzem conteúdo!

Para os retardatários da era digital – comumente chamados de imigrantes digitais - as redes sociais são bichos de muitas e assustadoras cabeças, embora estas venham sendo adotadas nos últimos anos, em larga escala, por empresas, organizações de todos os setores e pessoas comuns –  não mais apenas por formadores de opinião. O medo do “novo”  ainda impera e em grandes corporações o nível gerencial tem sido atacado pela síndrome do “preciso me adaptar”.

Muitos ainda são os que receiam a chegada desta nova geração e consideram que a melhor atitude, a mais sensata, é simplesmente rejeitá-la, tentando ganhar o máximo possível de tempo para que, no meio do caminho, uma luz apareça e o aprendizado, de preferência de mansinho. Novos profissionais (e estamos falando aqui de novos de idade mesmo) são vistos com desconfiança, mesmo porque as gerações mais recentes carregam características peculiares que são mesmo assustadoras para aqueles que com elas não estão acostumados a conviver/trabalhar.

Os profissionais da chamada “era digital” não apenas dominam as novas tecnologias porque cresceram com elas: eles pensam de forma horizontal, não costumam aceitar bem hierarquias pesadas, são proativos e, ok, vamos admitir: são meio “espaçosos”. Não que isso seja necessariamente ruim, mas pode ser preocupante, não há como negar. Dia desses, conversando com um especialista em recrutamento de profissionais, fiquei espantada com a revelação que ele fez: disse estar assustado com a forma como a nova geração se apresenta nas entrevistas de emprego e que a pergunta “o que eu posso oferecer a esta empresa?” foi substituída por “o que esta empresa tem a me oferecer?”. Parece bobagem, mas a mudança é de valores e também da forma como os profissionais enxergam as oportunidades.

O especialista afirmou com veemência que, quando acontecem grandes mudanças geracionais, é preciso que as antigas se adequem às novas em vez de nadarem contra a corrente. E assim pode estar chegando ao fim a era do “chefe mau”, que bate na mesa e ameaça os funcionários – algo como Steve Jobs. Como as novas gerações prezam a colaboração e a interatividade e estão acostumadas com as conversas virtuais (na internet, primeiro se conhece uma pessoa pra só então saber se ela é mais velha, se ocupa postos superiores em empresas e por aí vai) as separações corporativas, de baias e aquários que não interagem, deixam de fazer sentido.

Não se pode culpar a tecnologia pelo fenômeno, embora ela faça parte do processo. Mas não basta adotar os novos meios para ficar em pé  de igualdade com os novos profissionais. É preciso uma mudança de mentalidade. Uma vez, no entanto, que se aceite a mudança de visão corporativa, a tendência é uma convivência pacífica. Ou pelo menos cordial.

A adaptação à nova cultura digital pode resultar em relações mais próximas e até mesmo a solução para o antigo e comum problema de falta de comunicação interna, mesmo em plena era da informação. E aqui cabe a pergunta: como dar o primeiro passo? É difícil reconhecer a necessidade de maior comunicação entre setores diferentes das organizações, assim como admitir que não deve haver “nichos” ou “feudos”  dentro de redes internas, de forma a não estimular a separação por áreas, como já acontece na “vida real”. E, depois de resolvidas as duas questões, é preciso partir para a ação e criar políticas corporativas de como os funcionários devem se comportar em meio digital. E não estamos falando em controle, mas de criação de regras claras, discutidas de forma horizontal e o mais pacíficas possíveis. Bom senso é a chave do sucesso, porque estimular a cultura digital corporativa é imperioso e inevitável.

 

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